Miscelânea Musical

Diversidade de estilos marca a quinta edição do Acorde Universitário - Festival Universitário de Música Popular Brasileira de Maringá 

Por Murilo Benites

Do forró ao samba, do maracatu ao blues, do sertanejo de raiz ao rock... Todos os estilos juntos, misturados e celebrados em um mesmo evento: o Acorde Universitário - Festival Universitário de Música Popular Brasileira de Maringá. Realizado entre os dias 2 e 4 de novembro, e chegando, neste ano, à sua quinta edição, o festival, promovido pela UEM, mais uma vez se caracterizou pela combinação harmônica das mais diversas vertentes musicais.

“Isso é muito rico! Este ano teve de tudo e foram músicas muito bacanas! Fiquei realmente animado de estar participando. O Brasil é feito da mistura, não tem jeito! É sensacional ver todo mundo curtindo as músicas de outros estilos, sabe?” A afirmação vem do vencedor da edição de 2012, Marcel “Magrão” Duarte, 23, graduando do curso de Arquitetura e Urbanismo da UEM. Para Magrão, o festival é um espaço importante para os músicos da comunidade acadêmica. Enéas Ramos, diretor de Cultura da UEM e organizador do Acorde Universitário, afirma que esse é justamente o intuito do evento. “Acredito que seja o ponto mais positivo e a principal característica do festival. Dentro das universidades, existe muita coisa boa, que foge daquilo que a mídia impõe, e que deve ser incentivada”, defende.

Realizada na Oficina de Teatro da UEM, a quinta edição do Acorde Universitário contou com duas eliminatórias, nos dias 2 e 3 de novembro. As quinze canções com maior pontuação, levando-se em conta as duas eliminatórias, foram classificadas para a grande final, no dia 4 de novembro. Uma comissão, composta por cinco jurados, atribuiu notas e definiu os vencedores nas diferentes categorias (melhor letra, melhor intérprete, melhor arranjo e música cidadã, além dos três primeiros lugares gerais). Foram entregues troféus, DVDs e CDs do festival para o vencedores. Cerca de 400 pessoas prestigiaram o evento.

Enéas Ramos adianta que a próxima edição do festival, no ano que vem, buscará uma participação ainda maior da comunidade acadêmica: “estamos avaliando os pontos positivos e negativos da edição deste ano, para que na próxima possamos fazer um festival ainda melhor.”.

Prosa de Sarjeta

Marcel Duarte conta que a canção vencedora, Prosa de Sarjeta, de sua autoria, trata de uma conversa no meio da calçada da cidade grande, onde se encontram o recém chegado homem do campo e o diabo. “A ideia foi transmitir o sentimento, o tom da fala de cada personagem, por meio de diferentes ritmos. Por isso a música ficou com duas partes bem distintas. A primeira parte, do homem do campo, puxa mais pro baião enquanto a segunda parte, do diabo, eu fiz questão de que fosse maracatu. Dois ritmos de gente pobre, simples e guerreira”, explica.

Estreante em palcos e festivais, Magrão não havia sequer mostrado suas composições para ninguém antes. “De repente eu estava lá no palco, gritando pra todo mundo ouvir!”, conta, bem humorado. Segundo ele, a falta de experiência também fez parte do processo de composição: “Além de não ter muita noção pra fazer isso, eu queria que fosse feito em conjunto. Então, convidei alguns amigos (uns com mais experiência musical, outros com tanta experiência quanto eu), mostrei o som pra eles e pedi que me ajudassem. O som foi crescendo, todo mundo pirou na música, cada um dando uma ideia diferente, a coisa foi fluindo de uma maneira fantástica! Sou muito grato a cada um que participou desse processo e tenho certeza de que foi fundamental.”.

O grupo acabou ganhando o nome de “Magrão e os Menine”, e a vitória, já na estréia, acabou despertando a possibilidade de uma carreira musical. “A ideia, com certeza, é tentadora! Seria maravilhoso! Mas não é tão simples assim. Não é ‘escrevi uma música, ganhei um festival, vou ser músico!’. Eu ainda pretendo me tornar um arquiteto, mas viajar por aí fazendo shows também me parece um bom plano de vida, e eu sei que tem alguns dos ‘menine’ muito interessados em continuar o projeto. Então... quem sabe?”.

1º lugar: PROSA DE SARJETA 
Marcel Duarte (MAGRÃO E OS MENINE)

2º lugar: SONHO DE UMA VIDA FABULOSA  Mari Tenório (GRUPO HURACAN)

3º lugar: GALOPE  
Mauro Ravagnani (TRIO MAGUJÉ)

Melhor letra: TENTATIVA Và 
Valter Rossini (GRUPO SOLLADO)
Melhor intérprete: CANTIGA URBANA 
Aline S. Luz e Camila S. Luz (ALINE LUZ)
Melhor arranjo: BLUES DOS PÁSSAROS  
Hiran Z. Moreira (BANDA RITMOSTATO)
Música cidadã: MORALISTAS BARATOS  
João V.Cruzoletto (JOÃO VITOR CRUZOLETTO)