Revista Zaz lista quatro discos lançados no ano passado que valem a pena serem ouvidos nos próximos 365 dias!
Por Murilo Benites
Disco: The Lady Killer
Artista: Cee-Lo Green
Thomas DeCarlo Callaway, conhecido como Cee-Lo Green, é a voz por trás do hit mundial Crazy, música do projeto Gnarls Barkley, uma parceria de Cee-Lo com o músico, produtor e DJ Danger Mouse. Em The Lady Killer, seu terceiro disco solo, lançado no ano passado, o músico voltou a emplacar um sucesso, dessa vez uma canção com o título não muito simpático de Fuck you (e que depois ganhou uma versão mais comportada, para as rádios, Forget you). Mesmo com o palavrão, a música é extremamente agradável, dançante e divertida, com a essência da soul music, do R&B e dos clássicos dos anos 1960, carimbada com a voz peculiar e aguda de Cee-Lo Green.
Além do sucesso Fuck You, The Lady Killer conta com outras belas canções, por vezes com uma cara mais moderna e por outras baseadas em ritmos mais antigos de sucesso, sendo estes os melhores momentos do disco.
Ouça: Fuck you, Satisfied, No one´s gonna love you.
Disco: Broken Bells
Artista: Broken Bells
Depois do sucesso mundial com o Gnarls Barkley, ao lado de Cee-Lo Green, Danger Mouse voltou a fazer uma parceria bem-sucedida, desta vez com James Mercer, vocalista e guitarrista da banda The Shins. Com uma proposta muito diferente da apresentada com o Gnarls Barkley, neste projeto, chamado Broken Bells, o músico, produtor e DJ flertou com o indie-pop.
A combinação das belas letras e melodias de Mercer com o experimentalismo do multi-instrumentista Brian Burton (nome verdadeiro de Danger Mouse) resultou em uma química tão boa que, quando os dois se juntaram para compor, em meia hora já tinham uma canção pronta e, ao final de uma semana, metade das composições para o trabalho já estava feita. O resultado foi o disco homônimo Broken Bells, lançado em março do ano passado.
Ouça: The high road, The ghost inside, Trap doors.
Disco: The Suburbs
Artista: Arcade Fire
Praticamente uma unanimidade entre a crítica especializada e, por muitos, considerado o melhor disco de rock do ano passado, o terceiro trabalho do Arcade Fire, intitulado The Suburbs, manteve a qualidade apresentada pelo septeto do Canadá em seus dois discos anteriores (Funeral e Neon Bible) e, mais do que isso, cresceu em alguns aspectos, como melodia e profundidade.
Conceitual, o álbum é inspirado na infância de Win Butler, líder do Arcade Fire, ao lado de seu irmão (e também integrante da banda) William, vivida nos subúrbios. No conjunto da obra, o disco conta uma história nostálgica, sendo que cada música conta uma parte dessa história.
Repleto de instrumentos não muito utilizados em bandas de rock, como acordeão, violino, violoncelo e xilofone, The Suburbs vale a pena ser escutado muitas vezes, seja para entender melhor a história que ele conta, ou para apreciar diferentes aspectos musicais presentes no álbum, que podem ser ouvidos e percebidos a cada nova audição.
Ouça: The suburbs, Month of may, We used to wait.
Disco: Brothers
Artista: The Black Keys
No Brasil, é natural que quando se fale em duplas musicais, o sertanejo seja o primeiro estilo que venha à cabeça. Muito distante desse ritmo, a dupla The Black Keys, formada pela guitarra de Dan Auerbach e pela bateria de Patrick Carney, aposta em uma ótima mistura de garage, blues e indie-rock.
Com Brothers, oitavo trabalho da carreira, o duo americano apareceu definitivamente e em grande estilo para o cenário internacional, mostrando, dessa vez, certa inovação, quando comparado com os discos anteriores, que eram mais crus.
Isso porque, apesar de ser composta apenas por guitarra e bateria, no álbum, a dupla decidiu experimentar, de forma muito bem-sucedida, outros instrumentos, como baixo e teclado, dando ao trabalho uma cara inovadora e agradável. O espírito do Black Keys foi mantido, mas a renovação o levou a um outro patamar de qualidade musical.
Ouça: Everlasting light, Next girl, Tighten up.