Necessidade, ambição, compulsão, ou paixão mesmo? Pode ser tudo isso! Confira como as pessoas têm lidado emocionalmente com as novidades tecnológicas
Por Murilo Benites
Televisão, notebook, câmera digital, celular... Há quem compre esses produtos uma vez e fique com eles por anos e anos, até que quebrem ou percam sua utilidade, sem se preocuparem se existem novas e melhores versões no mercado. No entanto, outra parcela cresce cada vez mais: a que busca sempre adquirir os últimos lançamentos tecnológicos. Novos produtos surgem quase diariamente, tornando extremamente complicada a tarefa de se manter atualizado. Mesmo assim, muitos procuram fazê-lo. O que difere esses consumidores são os diferentes motivos que os levam a adquirir os novos produtos.
Maria Eduarda Medeiros, 20 anos, não se considera uma apaixonada por tecnologia, mas admite que possui e utiliza diversos produtos de última geração. “Sou curiosa, gosto de estar por dentro das novidades. Me interesso e procuro ter acesso aos novos avanços tecnológicos” afirma. Para ela, “existem os apaixonados, que querem sempre estar por dentro de tudo, gostam de ler a respeito e possuem seus aparelhos ‘hightech’ na medida do possível. É disso que eles gostam, mas não fazem dessa ambição uma obsessão, como eu acho que é o caso dos compulsivos. Com eles, isso se torna um hábito constante e automático”, opina.
O analista de comunicação e publicitário Marco Antônio de Jesus Almeida é um caso. Desde criança, ele se interessava por novos vídeo games e jogos de computador. Hoje, com 22 anos, Almeida é um verdadeiro apaixonado e possui de TV HD a câmera fotográfica de última geração. Além disso, para ele, consumir e estar por dentro das novidades tecnológicas é também uma necessidade. “No meu emprego tenho que estar sempre bem atualizado para produzir estudos e análises mercadológicas que falam exatamente sobre novas tecnologias”, explica.
Enquanto isso, as grandes empresas do ramo, como a Apple, fazem seu papel, constantemente lançando novas versões de seus produtos, mas que, muitas vezes, apresentam apenas um design diferente ou poucas funções adicionais. Para Maria Eduarda, tudo não passa de estratégia de mercado. “As empresas deixam de lançar uma tecnologia mais avançada, que eles já possuem e controlam, para lucrar mais com as versões já ultrapassadas”, afirma. Almeida faz coro: “elas aproveitam para soltar as inovações tecnológicas no mercado de maneira gradativa, como estratégia mercadológica, para fidelizar o consumidor.”
Emoções em forma de imagens
Uma das principais dificuldades encontradas por quem se comunica com outras pessoas via internet é a inviabilidade de enfatizar e dar sentido a certas frases e palavras por meio de artifícios comuns em diálogos, como o tom de voz e expressões faciais.
Como fazer, por exemplo, para que a frase “você é um palhaço!” não soe para o outro de uma forma indesejável? Talvez dizer “você é um palhaço! :)” facilite a compreensão e evite mal-entendidos. Estes são os chamados emoticons, (combinação das palavras emotion e icon) que, por meio de uma sequência de caracteres ou de uma imagem, são capazes de traduzir alguns dos sentimentos de quem os utiliza.
Foi em março de 1953, nas páginas do jornal americano New York Herald Tribune que foram estampados os primeiros emoticons de que se tem registro. Era uma propaganda do filme Lili, um musical estrelado pela atriz Leslie Caron, onde se viam o desenho de uma carinha feliz, uma chorando e outra em forma de coração. Desde então, os emoticons se aprimoraram e, com o advento da internet, se multiplicaram e tomaram conta das conversações cibernéticas escritas.
De simples smileys a imagens elaboradas, novos emoticons são criados diariamente. É claro que eles não significam a salvação definitiva para quem encontra problemas em se fazer entender claramente via internet, muito menos uma ferramenta capaz de fazer os diálogos virtuais de texto substituírem uma conversa de voz. No entanto, é inegável que eles vieram para ficar e que são cada vez mais utilizados e facilmente compreendidos pelas pessoas.